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OS 5 ELEMENTOS

Estes ensinamentos possuem uma contribuição na forma como o corpo, a mente e o ambiente estão tão profundamente interligados e, por meios de fios e técnicas secretas e profundas, nos dizem como podemos curar sem que seja necessária uma dieta ou um tratamento corporal.

 

Primeiro precisamos saber um pouco sobre os elementos, isso é fundamental. E ainda ressalto que não se é sabido de fato o que são os elementos e muitos os confundem com atributos. A perspectiva tibetana diz que todos os fenômenos da existência são compostos pelos cinco elementos – espaço, vento, fogo, água e terra. O ambiente externo é composto pelos mesmos elementos, tal como o nosso corpo e as qualidades da nossa mente.

 

Os elementos são qualidades energéticas particulares que, nos seus estados mais densos, assumem também as suas formas mais familiares. O vento tem a qualidade do movimento. O fogo tem a qualidade do calor, conversão e da transformação. A água tem a qualidade da fluidez e da coesão. A terra tem a qualidade da solidez e estabilidade e o fogo é responsável pela grande alquimia secreta. O espaço é o equilíbrio dos outros quatro elementos, sendo responsável por criar separação – espaço – entre as coisas e pela existência.

Os elementos externos são o nosso ambiente externo. É o solo, os rios, os ventos etc., que conhecemos, bem como a atmosfera e suas interações. O ar que respiramos contém os cinco elementos e o equilíbrio entre eles altera-se em ciclos de 24 horas que, por sua vez, afetam a qualidade da nossa respiração. Todos os elementos estão em interação e todos contém todos ao mesmo tempo. A perspicácia é saber sempre quem está em seu auge, quem domina e quem contra-ataca dentro de si próprio e assim passa a valer um pouco mais de si em sua evidência.

 

Os elementos internos são os componentes do nosso corpo. Basicamente, o elemento terra ajuda e atua com uma energia de estruturação e, metaforicamente, citamos os ossos e músculos. Já conversão, metaforicamente está associado ao tendão e as conversões (digestões). E não é porque associamos e usamos metáfora que ele é matéria atômica ou osso e tendão, é a força de energia da física clássica, por exemplo.  Estas forças são usadas para atuar mais nestes ambientes específicos do que em outros e assim passam a confundir metáfora com real e literal.

 O elemento água está presente nos líquidos do nosso corpo. O elemento fogo é a nossa temperatura interior, o nosso metabolismo e o catalisador das reações químicas. Mas o fogo, seja ele de dosha ou de Agni, ele não é metabolismo - é ainda mais sutil e está por trás. O elemento vento está representado na respiração, no disparo dos neurônios e no fluxo dos pensamentos. O prana ou o Qi, nada mais é que oxigênio, mas há quem ache que é uma entidade luminosa e energética. E o espaço é o que mantém tudo no devido lugar, permite o vazio entre as células e no interior dos intestinos, no estômago etc. Nas medicinas internas (Tibetana, Chinesa, Ayurveda e Siddha), a composição do corpo é ainda descrita em termos dos sete constituintes. São estes: o plasma (não tecido), o sangue, a carne, a gordura, os ossos, a medula e as essências pós-celestiais, isto é, Ojus que tiramos dos alimentos - não só insumos como legumes e grãos - mas de tudo, até da água que cai na sua pele.

Os elementos secretos são as características da nossa mente e para este existem aplicações de mantras, mudras, medicamentos secretos (com atuação em campo eletromagnético) e que de fato curam qualquer doença, pois tratam do princípio da causa. Não há cura de doenças através apenas de comida e terapias corporais, isso apenas estabiliza e não cura. Só cura quando olhamos para mente de uma forma não ocidentalizada.

Nâo sei se vocês sabem, mas dieta e mudança de dieta, apesar de importante não vai te curar nunca, é só algo paliativo. Existem 80 emoções diferentes, mas para simplificarmos esta explicação, digamos que as emoções negativas se resumem a estas cinco: ego-orgulho, apego, raiva, inveja ou ciúme e ignorância. E que na verdade não estão e não ficarão nunca longe de você, porque onde há emoção positiva há a negativa - é o princípio de tudo. Agora é importante saber como seguir no caminho do meio para não pender muito para nenhum dos dois lados. Imagine uma gangorra, agora imagine duas crianças, uma o nome é positiva e a outra chama-se negativa.

 

A negativa fica na gangorra em baixo e se decai para manter a positiva lá em cima, vai chegar uma hora que a positiva vai começar a sentir incômodo e, então, vai querer descer, mas não pode. Vai querer interagir com outras crianças do meio e não pode. Vai querer fazer xixi, mas vai ter que segurar. Bem, pensando neste exemplo para tudo, vemos que nem toda positividade a todo momento será benéfica. Você deixará de interagir com muita coisa que é necessária para seu crescimento. E sem a negativa você jamais saberá o que é estar na parte de cima. E se ficar no baixo, a negativa vai se incomodar. Se ficar muito tempo lá em cima, vai deixar de interagir com o meio e de novo. O equilíbrio entre elas é importante, mas a interação delas na gangorra da vida é ainda mais. Muito. Assim são os elétrons, o que não pode é nenhum dos dois lados estagnar na gangorra.

É um estado impuro dos cinco elementos – terra, água, fogo, vento e espaço respectivamente – que causam estas emoções negativas e deixa incomodada toda a brincadeira da gangorra. Quando os elementos se purificam e equilibram, estas emoções tornam-se mais puras e manifestam-se como devoção e calma, altruísmo e ausência de ego, paciência e compaixão, apreço e amor, generosidade e equanimidade. E também sem equilíbrio você deixará muitos aprendizados para trás. Mas amor é bom, não é? Quando é recebido, compartilhado e recíproco. E só sabemos disso quando já passamos na pele a falta destas qualidades.

Cris Ayres

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