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Carta para Tesla - Limite é uma risca tênue e que te faz voltar para si.

(texto tem gatilho)

Tesla, como você está?

Estou aqui, ainda nesta coexistência entre passado, futuro e presente.


A ciência está avançando em passos curtos, poucos são os que pesquisam por si, a maioria esta prestando este serviço às Industrias.


O Wi-Fi, virou faca de dois gumes, ao mesmo tempo que nos liberta, se soubermos pensar e pesquisar, ele trancafia uma multidão cega, que reage e falam da mesma forma sobre muitas coisas.


As pessoas são virtuais, se escondem atrás das suas mazelas mostrando que estão bem, felizes e competentes, são dormentes de assumirem suas dores, suas fraquezas e suas loucuras julgadas por si próprias.


Hoje, li uma frase que me fez muito sentido para minhas escolhas, aquela que me fez romper e me sentir liberta em 2020.


Foram várias escolhas, teve um momento do ano de 2020 que queria desistir, as vezes as pessoas acham que temos que ser fortes o tempo todo. Não aconteceu nada grave, hoje eu entendo, mas entendo e não colocando a culpa no outro, eu estava numa ressonância com pessoas que queriam desistir, pessoas e não uma, varias, com padrão e histórias de suicídio e confesso que é um lugar que não me atrai e tão pouco gosto de estudar e cuidar. Não é um assunto que eu tenho conhecimento e nem quero ter, acho que temos sim, o direito de negar algumas áreas de tratamento, não somos obrigados a estudar algo que não nos faz bem.


Acho que temos que saber onde colocamos o pé e se colocamos temos que ser competentes e ter paciência e ir a fundo na escolha.


Sobre a saúde mental é uma área que desempenho muito bem, qualquer outra síndrome, menos suicídio.


Bem, a frase de hoje foi:

“Escolha com quem andar para não se enforcar na forca do outro.

” Percebi que estava ressonando com padrões de pessoas com a história do suicídio e isso estava influenciando minha vida, eu estava tão sobrecarregada das coisas, do hospital, do trabalho com COVID, e com estudos que não percebi um lado meu fazendo simbiose com o que não é meu, com a forca do outro, sabe que eu fiz? Morri simbolicamente, pedi para que o cosmos e a existência divina de tudo que sabe me mostrasse este rompimento e que fizesse acontecer. Chegou setembro/outubro e começaram cortes atrás de cortes. Em Novembro dia 01, passei por um ritual de Alquimia Taoísta, onde separa você do outro, você das ressonâncias e esperei, e veio, pessoas deixando claro que precisavam para, não foi uma ou outra, mas várias, pararam curso, trabalho, amizade, família e eu fui aliviando em todos os âmbitos, fui respirando, comecei a colocar pintura no lugar de respostas no whatsapp, instagram, e-mail. Mudei minha equipe, mudei amizades e valorizei meu tempo.


Sabe o que aconteceu? No dia em que as pessoas chegaram e anunciaram seus afastamentos, foi apresentada para mim, uma nova mestra de alquimia e talismãs Taoístas, acreditam? Fiquei chocada. O que está parado para chegar em você? Pense nisso.


A Laoshi Lian chegou e me disse que eu precisava passar por esta limpeza, que havia muitos obstáculos da vida das pessoas que eu havia permito entrar na minha vida, que ela não podia chegar em mim, com a energia dos outros tampando a entrada de acesso dela e que ela precisava respeitar a minha escolha de ter este tampão até que eu despertasse.


Sabe Tesla, isso me fez pensar o quanto somos permeáveis, o quanto não sabemos onde estamos nos metendo mesmo que sentimos que estamos fora da matrix. Bem, minha Laoshi me fez pensar muito sobre o quanto estamos abertos, e ela disse no seu campo não tem e não cabe o trabalho com suicidas inconscientes e conscientes, isso foge do seu campo, não assumir isso é importante, nem tudo que existe você dá conta, você como profissional tem que receber isso bem, algumas vezes este nível de coisas é da alçada de quem tem uma missão com isso, nem todo profissional da saúde mental trabalha em todas as especialidades.


A vida, te mostrou desde cedo que você não tem este propósito, e é verdade, após o suicídio de uma pessoa próxima eu decidi que nunca iria atuar neste sentido e que isso era uma escolha além da minha e que não vim nesta existência para entender isso, além de toda a questão espiritual que não tenho a menor vontade de atuar, aliás as pessoas acham que somos obrigada a ajudar tudo e todos e não somos, minha competência não é para esta área, gosto das Saúde Mental que estuda outras síndromes e temos que saber onde somos bons para atuar e não brincar de ser competente com a vida do outro e achar que deve assumir coisas que seu dharma não permite, as vezes é ai que acumulamos karma.


Bem, então percebi que as pessoas não necessariamente tem efetiva vontade de se suicidar, mas ela se mata aos poucos em doses homeopáticas todos os dias, percebi que este é um padrão de reclamações excessivas, intolerância a brincadeira, a leveza, a risada, falar bobagem, rir, correr, comer bem, dormir bem.


A amargura é um suicídio em doses homeopáticas e eu percebi que a convivência com pessoas assim, estava me deixando ser quem eu nunca fui, sem paciência, mas nunca jamais amarga, reclamona etc.


Minha vida sempre foi muito diferente até da minha família de origem, sempre fui muito fora da curva em tudo, desde sempre, estes dias depois de uma viagem mais extensa, fiz uma parada em SP para ver meus pais e percebi isso com minha mãe conversando com meu marido sobre o quanto fui diferente de toda turma de amigos, de escola, de pensamento, de tudo. Vi que minha essência é esta e eu nasci assim, ela relembrou sobre minha história na escola, que de tão firme em mim a escola cedeu a forma de que eu aprendia, e não entregava nenhum trabalho, lição, não tinha nem caderno pra escrever, eu escrevia na minha intelectualidade inclusive os cálculos de sem° , cos° e tangente (na qual eu sempre saia na encheção de saco). Eu nunca gostei de escrever enquanto aprendia, então eu não tinha caderno, ter eu tinha, mas quando professor obrigava a escrever eu jogava o caderno pela janela, na verdade eles não desistiram de mim, por conta de eu nunca ter tirado uma notinha baixa e era um colégio que vidrava em preparar o aluno para vestibular, e claro passei da oitava serie para faculdade direto e quem não quer levar a fama de boa escola que prepara aluno para vestibular, veja que ate na janela de ônibus tem foto de aluno que tirou em primeiro lugar no vestibular e o nome da instituição, e o pior que eles não falam assim, o aluno inteligente, porque se fosse a escola boa e forte todos os alunos passariam em primeiro lugar, mas não anulam a competência do aluno, sua capacidade e coloca na escola, bem escola que tem mesmo professor para 100 alunos e um só passa, valei-me Deus, eu hein, sistema hipócrita e esta foi minha postura na escola desde sempre até um professor coordenador escroto chamado Márcio, chamou meus pais e as coordenadoras e teve a seguinte ideia, de me colocar no fundo da classe e me dar nota baixa para eu tomar um choque de realidade, se fosse no EUA ou países de primeiro mundo eu ia ter lugar de destaque e a própria escola iria investir em mim, mas este idiota, queria ir contra até com o mandato judicial que eu ia cursar sim faculdade junto com colegial, hoje penso no ego ferido de um macho que nunca deve ter sido brilhante na vida, e não passava de um professorzinho de matemática de mais e menos.


Sabe Tesla eu quase surtei quando vinha nota vermelha numa prova certa e ele dizia, sou professor e dou a nota que você merece, até que meus pais viram que estava afetando minhas emoções e deram basta nesta escola e me transferiram para outra, aliás foi um único ano de transição, pois mudamos de local e ai voltei para meu Mackenzie e que não foi fácil dobrar um colégio elitista, mas eu dobrei, ooo se dobrei, fiz motim, paralisação de alunos, fazia exigências como por exemplo parar os alunos do colegial até ter um professor negro para nos dar aula, chegou o Tereziano de Matemática.


Bem Tesla, mesmo com toda esta postura, cai em várias ciladas em 2019/20, percebi o quanto arrumamos encrenca para nossa vida usando a forca do outro, Deusulivre!


Sabe Tesla, esta forca foi em vários níveis, várias pessoas, várias histórias que nunca, absolutamente foi minha, hoje a *Laoshi e meus dois mestres de Ayurveda me fizeram olhar para isso, e um deles ainda disse que tentou ajudar a equalizar, mas que ele sabia desta quebra e volta de mim para mim.


Não estou colocando a culpa em ninguém, até porque não existe culpa, existe eu planto e colho, e eu plantei em terrenos errados para grão que eu queria, para semente, e não adianta Tesla, não tem como plantar lotus no deserto e aloe vera na água.


Tesla, estamos já terminando os 10 primeiros dias de janeiro e olha o quanto de coisas boas que eu despertei, e o quanto é importante termos mestres que num plano mais sutil, corta energia que não é nossa e finca o nosso é no chão.


O mestre não está na nossa vida apenas para nos ensinar sobre Ayurveda e Medicina Chinesa ou Taoísmo, eles estão para nos salvar da cilada, da desconexão, de coisas e de gente.


Ninguém na história é bom ou ruim, é quem tem que ser, mas a escolha de conexão com este “é quem tem que ser” você quem escolhe e seus mestres te guardam e te guiam.


Por isso Tesla, eu prezo por ter meus mestres, por ter umas pancadas deles na minha cabeça, porque mesmo que doa, eles estão de olho e protegendo nossos caminhos, protegendo os estudos, os textos sagrados e de outra forma desmaterializando o outro em nós e o que é nosso no outro.


Um mestre diz que quando rompemos com algo o que pertence a nós, volta, e o outro escolhe outros caminhos e estudos, porque na verdade o que é de um não pode ser do outro.


Bem Tesla, hoje o assunto foi mais denso, mas necessário, porque muita gente vai ler aqui e vai, ao menos, questionar quantas simbioses, quantas coisas estão deixando o outro ter posse em cima de sí. Romper é importantíssimo, ainda mais quando os mestres te avisam para se manter nas práticas diárias pessoais, porque uma hora quem não é para estar automaticamente toma decisão de parar e não seguir, a vida é sempre mágica porque é a natureza e a natureza, sempre protege quem com ela anda junto, sempre protege quando estamos no Dharma, protege nossos estudos, nosso caminho e retoma a nós tudo que é de direito e que por um descuido doamos ao outro demais.


Esta semana eu li um post de uma aluna, a Naiara dizendo o seguinte: (do livro Apaixonado pelo Mundo de Mingyur Rinpoche)


“Uma vez eu vi um desenho animado de um hippie que, em sua busca espiritual, havia subido ao topo de uma montanha para perguntar a um sábio”:
“Você pode me contar qual será o meu futuro? ”
E o sábio respondeu: “Claro. É fácil. A menos que você desperte, amanhã será como hoje”.

É isso, eu despertei e nesta coexistência, despertei e não mais ressoarei e serei permeável como fui, eu tenho meu limite e eu não cedo um milímetro a ninguém mais, agora as lições serão outras, esta eu aprendi e espero não repetir.


Já dizia o Gasparetto, um amigo que me faz falta e que tínhamos longas conversas:

Pois à pessoa que tem, será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem, será tirado até o pouco que tem. Evangelio Mateus, 13, 10-17

É isso, e isso já diz muito e muito sobre o quanto é importante sermos prósperos em nós mesmos.


Tesla, na Terça eu escrevo mais, início agora uma viagem e vou para outro lugar, estudar e dar aula.

Beijo e um super abraço nesta dimensão além da matéria.



*"laoshi" pode ser considerado superior ao "doutor"

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